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Anatomia do Cárcere

Anatomia do Cárcere

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Este livro se consubstancia como um estudo histórico e político sobre o panoptismo com origens no Leste Europeu, hipótese que nos ajuda a compreender melhor a evolução da era dos castigos físicos para a era da economia disciplinar. Entretanto, para alcançar este resultado, o autor utiliza a literatura russa de Dostoiévski acerca do cárcere na metade do século XIX para embasar a interpretação de Vigiar e Punir de Foucault, para ao final esclarecer o nascedouro do panoptismo.

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Um estudo das execuções penais à luz de Foucault e Dostoiévski.

Esta obra expressa a forte necessidade de se trabalhar o direito a partir da interdisciplinaridade, o que Pedro faz, recorrendo a um ramo ainda pouco aproveitado pelo direito, que é a literatura. E o faz com maestria, à medida que regata as contribuições de Dostoievski, em quem encontra o psicologismo da opressão, especialmente a partir da obra “Recordações da Casa dos Mortos”, na qual retrata detalhadamente a engenharia carcerária russa vivenciada no período em que esteve recluso. E com a mesma maestria, articula Dostoievski às interpretações foucaultianas, trazendo a síntese de Foucault a respeito dos princípios de funcionamento do ideário disciplinar. Mostra assim, como Foucault aponta para a formação de um espaço isolado, fechado em si mesmo, e marcado pela heterogeneidade, de modo a permitir não exatamente a clausura, mas fundamentalmente o controle, a inspeção e a gestão das individualidades (NOVAES, Elizabete David)